quarta-feira, maio 13, 2009

BUDISMO


O budismo é originário da Índia, surgiu no século VI a C, seu período de maior influência foi na época do imperador Asokha no século II AC, mas, com o passar do tempo, foi quase que totalmente absorvido pelo hinduísmo. O budismo se espalhou principalmente pelo Sudeste da Ásia e Sri Lanka onde predominou a vertente Theravada ou Hinayama; pela China, pelo Japão e Coréia onde predominou a vertente Mahayana; pelo Tibete, Butão e Nepal onde predominou a vertente Vajrayana.
O budismo aboliu as superstições do hinduísmo, entre elas a superioridade das castas, o uso indevido do suco de Soma e as oferendas aos deuses, que eram considerados inúteis. Buda condenou a satisfação dos desejos, o orgulho e a cólera e exortou o povo à bondade e à tolerância.

O príncipe Gautama Sidarta (560–480 a.C.) nasceu em Lumbini, aos pés do Himalaia, região que hoje pertence ao Nepal. Viveu no Nordeste da Índia no reino de Kapilavastu, casou-se com sua prima Yasodhara, com a qual teve um filho: Rahula. Seu pai, Shudodhana, rei dos sakyas, temendo que se cumprisse uma profecia segundo a qual ele se tornaria um homem santo, cercou-o de luxo e prazeres, acreditando que se o mantivesse ignorante sobre o sofrimento do mundo, iria afastá-lo do caminho espiritual. Sidarta tinha um palácio para o inverno, outro para o verão e um terceiro para época das chuvas. Mas, aos 29 anos, após ter contato pela primeira vez com a velhice, a doença, a miséria e a morte, ele abandonou sua família e seus palácios e foi em busca da resposta para o enigma da vida. Vagou por seis anos, levando uma vida de renuncia e ascetismo, mas apesar de sua pobreza, tinha porte ereto, feições radiantes e expressão de profunda serenidade, quando então se tornou conhecido por Sakyamuni, ou “o sábio silencioso das florestas”.


Sidarta abandonou o ascetismo quando percebeu que a autoflagelação entorpece a mente, em vez de favorecê-la, concluiu que o caminho para libertação não estava nos excessos e sim no Caminho do Meio, um dos principais pilares do budismo. Sidarta voltou a se alimentar e, já fortalecido, sentou-se para meditar sob uma figueira, a árvore de Bodhi, na região de Bodhigaya. Durante sete dias e sete noites, ele transpôs todos os obstáculos e tentações colocadas por Mara, o deus das ilusões e, serenamente dominou todos os estágios da meditação. Assim, aos 35 anos, numa noite de lua cheia do mês de maio, Sidarta alcançou a Iluminação, tornando-se um Buda (*).
(*) Após Sidarta haver alcançado a Iluminação, resolveu retornar para sua terra natal. Seu pai, o rei Shudodhana, ao saber que seu filho amado estava retornando, mandou enfeitar todo o palácio e preparou uma grandiosa festa para recepcioná-lo. Porém, quando lhe contaram que o príncipe havia chegado com a cabeça raspada, coberto com andrajos e com uma marmita para recolher os restos de alimentos de castas mais baixas, um pesar rancoroso expulsou o amor de seu coração. Vestiu sua armadura, montou seu cavalo de guerra e foi esperar seu filho às portas da cidade. Disse o Rei: “__ Será possível que o grande Sidarta volte vestido como mendigo, ele, cuja vida era de um deus? Meu único herdeiro que com um só gesto de sua mão podia ter tudo que a terra produz. Olhe! Todos os teus soldados acampados, todo o povo, eu, tua esposa e teu filho que te esperaram angustiados todos esses anos. Devias chegar com a escolta e as honras próprias do teu alto posto! Por que fizeste isto, meu filho?”
Nosso Senhor fixou seus olhos cheios de doçura e de respeito nas sobrancelhas enrugadas de seu velho pai, ajoelhou-se com humildade e respondeu: “__ Pai, é o costume da minha raça. Não falo da minha linhagem mortal, mas sim da descendência invisível dos Budas, passados e futuros. Eu sou um deles, e o que fizeram outrora, faço eu agora”. Tomou seu pai pela mão, cuja cólera de pronto havia se dissipado e com a outra mão, sua esposa Yasodhara e seu filho Rahula. Entraram todos juntos no palácio onde o Mestre, sob aquele doce crepúsculo indiano, ensinou as Quatro Nobres Verdades e as Oito Regras que compõem o Caminho do Meio.

“Não meçam com palavras o Incomensurável, nem pretendam aprofundar a sonda do pensamento no Impenetrável Brahma. Aquele que interroga se engana, e o que responde também se engana. Os astros seguem seu curso e não perguntam”.
“Ah, irmãos, não esperem nada dos deuses implacáveis, oferecendo-lhes hinos, alimentos e sacrifícios sangrentos. Temos que procurar nossa libertação em nós mesmos. Cada um cria seu cárcere ou sua ventura, é a ação é que faz a alegria ou o sofrimento”.
“O que foi, traz o que é e o que será, pior, ou melhor. Nada dura! As belezas físicas caem em ruínas com o tempo, assim como os piores pecados se purificam. Aquele que penou como escravo pode voltar mais tarde como príncipe. Enquanto estiver girando a roda invisível das existências, não há paz, nem trégua, nem parada, aquele que sobe pode cair e o que cai pode subir. A vida de cada homem é o resultado das suas existências anteriores. Os erros passados trazem desgostos e sofrimentos; e o bem traz a felicidade e a paz!”

Assim falou Nosso Senhor por toda noite, ensinando a Lei (Dharma), pregou suas Quatro Nobres Verdades:
- “A primeira Verdade é a da Dor! Não se deixem enganar! A vida que amam é uma longa agonia. Só ficam suas penas, pois seus prazeres são como pássaros que brilham e voam”.
- “A segunda Verdade é a Causa da Dor! Todo sofrimento provém do desejo, que só lhes trazem sombras e lhes iludem com sonhos”.
- ”A terceira Verdade é a Cessação da Dor. O desapego às coisas materiais e á vida terrena, armazenando os tesouros dos serviços prestados, dos deveres cumpridos, das palavras benéficas e da vida pura”.
- “A quarta Verdade é a Via da Paz. Está aberta, ampla e acessível a todos os pés que não buscam nada e acabam possuindo tudo”. Afirma que o homem pode ser libertado do sofrimento e do renascimento, seguindo o Caminho das Oito Vias.

O Caminho das Oito Vias ou Caminho do Meio ensina que não se deve viver nem dos prazeres extravagantes, nem na exagerada autonegação ascética. Ambos os extremos acorrentam o homem ao ciclo de reencarnações.
- “A primeira prática boa é a Doutrina Reta. Pratique o que o aproxima de Brahma.
- “A segunda prática é a Postura Reta. Tenha bons sentimentos para com tudo o que vive; sufoque a maledicência, a avidez, a cólera, de tal modo que sua existência se assemelhe às suaves brisas que passam.
- “A terceira prática é a Linguagem Reta. Vigie seus lábios, como se estivesse na presença de um Rei, para que todas suas palavras sejam tranqüilas, francas e corteses.
- “A quarta prática é a Conduta Reta. Que cada uma de suas ações ataque uma falta ou ajude a acrescentar um mérito”.
- “A quinta prática é o Meio de Vida Correto. Evitar qualquer ocupação que venha a prejudicar outras pessoas ou os animais.
- “A sexta prática é o Esforço Correto. Praticar a autodisciplina de maneira a evitar estados de mentes maléficos e desenvolver estados de mente sãos”
- “A sétima prática é Atenção Correta. Desenvolva completa consciência de todas as ações do corpo, fala e mente, para evitar atos insanos”.
- “A oitava prática é a Concentração Correta. Obter serenidade mental e sabedoria para compreender o significado integral das Quatro Nobres Verdades”.

Tomado de profunda compaixão pela humanidade, durante 45 anos, Buda vivenciou o “Caminho do Meio” e pregou as suas “Nobres Verdades”. Há regras mais severas, destinadas aos monges, como “As Seis Perfeições”. Buda não é considerado um deus por seus adeptos, mas sim um guia da humanidade, o Sidarta. Suas imagens não são adoradas, estão ali para lembrar seus ensinamentos e auxiliar o budista em sua meditação e na sua vida religiosa.


ZEN BUDISMO

O Zen budismo, uma das correntes do Mahayana, surgiu na China e logo depois passou para o Japão. A palavra dhyana do sânscrito, que significa meditação, derivou para ch´na-na do chinês e depois para zenna em japonês. Baseia-se na “Doutrina do Coração do Buda”. A experiência pessoal é tudo no Zen. O Zen insiste forte e persistentemente numa experiência espiritual interna. O método do treinamento Zen é prático e sistemático: o zazen, que, literalmente, significa sentar para meditar.
O Zen dá maior prioridade à visão direta do que aos ensinamentos de Buda, que podem nos levar até uma parte do caminho. Os ensinamentos podem apontar o rumo certo, é como um dedo que aponta, mas para o zen budismo, o mais importante não é ó dedo, mas sim aquilo que o dedo mostra. Ensina o Zen que a Iluminação deve vir de dentro, deve ter sua origem no coração do indivíduo. Não tem nenhuma forma fixa para alcançá-la, mas ela pode chegar quando menos se espera e atingir a pessoa como um raio. De súbito a pessoa desperta e fica consciente de que faz parte do Infinito, de uma maneira inteiramente nova. Não é um processo gradual e chega de modo pleno e total. O importante é a mente se esvaziar de palavras e idéias, por isso um mestre zen, através do koan, busca romper com a lógica do discípulo e com seus processos de elaboração de pensamentos.


BUDISMO TIBETANO

O Tibete, país formado basicamente por misturas de raças, sempre sofreu influência dos seus vizinhos maiores, Índia e China. A religião dominante no Tibete é o lamaísmo, que após a invasão chinesa em 1949, parte se refugiou no Nepal e na Índia e hoje tem templos espalhados pela Europa e pelas Américas. O budismo tibetano é resultado da fusão de conceitos budistas com a antiga religião local, denominada Bon. Esta se caracterizava pela crença em deuses e espíritos (ainda hoje homenageados como guardiões), que eram cultuados com sacrifícios sangrentos, encenações de mistérios e danças rituais. No budismo tibetano existem as rodas de oração e bandeiras de oração, que quando são impulsionadas pela mão ou pelo vento, acredita-se, põem em movimento “a roda do ensinamento”. O mantra mais sagrado do budismo tibetano é ”Om Mani Padme Hom”.


Fonte :http://www.luzcosmica.com.br/ebook_revelacao/capitulo3.php

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