:: Ingrid Dalila Engel ::
Desapego... que exercício difícil para nós ainda presos ao ego humano... o apego
é uma das maiores ilusões da vida terrena... apegar-se a que? A quem? Apegar-se
para que? Se tudo é transitório, se tudo é passageiro...
O apego é uma das fontes de maior sofrimento... quanta dor, quantas lágrimas por
nada.
O apego é o mesmo que querermos segurar o vento, o ar... somente com o desapego
é que podemos ter... ter o que é da alma... porque nós não temos... nós
simplesmente somos... somos o que somos.
O sofrimento do apego se inicia aqui, na Terra, quando presos aos mayas*
acreditamos ter posse sobre as coisas materiais; a nossa terra, a nossa terra, a
nossa casa, as nossas roupas, a nossa beleza, o nosso carro, o nosso cargo, a
nossa posição social, o nosso talão 5 estrelas, o nosso cartão de crédito
internacional, a nossa empresa e assim por diante... Claro que a prosperidade é
um direito do ser, é estarmos em sintonia com a energia da abundância cósmica,
mas não podemos confundir com posse...
Alguns tem um forte sentimento de apego dentro de um Fusca 64 e outros passarão
totalmente desapegados dentro de uma Mercedes 2003... nós aprendemos na Luz e na
sombra... temos que perder para darmos valor ao ganhar, temos que passar pela
escassez para aprendermos a buscar a abundância; e a vida é uma grande roda, que
gira e gira e nós vamos vivenciando todos os desafios, todas as situações para
adquirirmos sabedorias... tudo é cíclico... tudo é empréstimo temporário para o
nosso aprendizado.
Quanto sofrimento é gerado à alma no momento do seu desencarne, quando, presa
aos apegos terrenos... não alcança a Luz porque está olhando as sombras; não
atinge um nível maior de consciência porque está presa à inconsciência dos
apegos terrenos...
Devemos sim viver os prazeres da terra, com o desapego da alma... vivendo aquilo
que a vida está nos proporcionando sem a prisão do medo da perda...
E o que dizermos do apego emocional? Ah... é mais e muito mais dolorido!
Criamos inúmeras vezes na nossa mente, no nosso corpo emocional, a ilusão de que
o outro nos pertence, que nós temos posse sobre o outro e também vendemos a
ilusão que o outro tem posse sobre nós... e neste jogo emocional vivemos anos,
vidas inteiras e criamos laços carmáticos profundos... e o mais irônico, para
não dizer o mais triste, é que nos atrevemos, presos a esta visão distorcida, a
chamar isto de amor! Mas temos que compreender que para atingirmos o Desapego e
o Amor Maior, temos que vivenciar o apego e o amor terreno. São os nossos
primeiros passos para alcançarmos a sabedoria dos Mestres.
Nós confundimos apego profundo com desapego e não conseguimos realmente enxergar
nossa confusão e a vida faz a parte dela, ou seja, gera o desapego para
percebermos o quanto estávamos apegados.
Na minha própria experiência de vida e na minha experiência profissional já tive
a abençoada oportunidade de perceber esta distorção.
Na minha mente vêm, neste momento, dois ou três casos recentes que ilustram esta
situação e vou citar um deles para que, através de uma profunda reflexão,
sirva-nos como um aprendizado, porque a humanidade é interligada e um influencia
o outro; o aprendizado de um altera o todo.
A Maria e o João foram casados por quase 20 anos. O João se apaixonou pela Joana
e foi embora em busca da sua felicidade, real ou ilusória, não importa aqui.
Isto já faz dez anos... O João foi embora mas continuou iludindo a Maria. Não
permitia que ela se desprendesse dele. Visitava-a constantemente, a presenteava
sempre, escrevia cartas dizendo da sua ligação com ela, que não conseguia
esquecê-la, mas que não tinha forças para deixar a Joana pois ela era tão
frágil... tão necessitada dele... e que a Maria sim, era forte, e como ele a
admirava por isso e que a Maria poderia compreender e esperar que ele resolvesse
a situação... e que tentaria resolver o mais breve possível e em algumas vezes
até deixava transparecer que seu desespero era tão grande que poderia até se
suicidar e que a Joana era tão dependente que se ele a deixasse provavelmente
ela seria capaz de fazer uma loucura e o que seria dele? E a consciência e
responsabilidade dele? Nunca mais se perdoaria. A Joana era tão depressiva...
até tomava vários medicamentos... e a Maria nisso tudo? Um verdadeiro exemplo de
desapego... negou a própria vida, parou de lutar por suas metas, escondeu-se
atrás destas migalhas ilusórias e ficou aguardando esperançosa o retorno do
João; ficou adiando ser feliz por todos esses anos... Quando o João retornasse
como seriam novamente felizes!
Desapego? Amor incondicional? Baixa auto-estima? Sim, pode até ser amor mas o
amor incondicional é desapego e desapego é amor incondicional... é querer a
felicidade e o bem estar do outro e de si mesmo. Mas para amarmos o outro temos
também que nos amar e nos respeitar. Será que não é um apego tão forte, tão
enraizado, que não permitimos que o outro seja feliz e num grande auto boicote,
optamos em sermos infelizes para não nos desapegarmos do outro e não permitirmos
que o outro se desapegue de nós.
O que aparenta desapego é um profundo apego; tão forte que preferimos renunciar
à própria felicidade do que renunciarmos ao outro.
Estejamos atentos aos mayas... aos autoboicotes... às migalhas que acreditamos
merecer...
Desapego nos liberta. Apego nos aprisiona.
Exercitemos o desapego das coisas materiais, das ilusões emocionais, dos
rancores, das mágoas, de tudo aquilo que nos aprisiona.
Libertemo-nos! Sejamos livres no Desapego!
* Mayas (do sânscrito): "Ilusão".
Desapego... que exercício difícil para nós ainda presos ao ego humano... o apego
é uma das maiores ilusões da vida terrena... apegar-se a que? A quem? Apegar-se
para que? Se tudo é transitório, se tudo é passageiro...
O apego é uma das fontes de maior sofrimento... quanta dor, quantas lágrimas por
nada.
O apego é o mesmo que querermos segurar o vento, o ar... somente com o desapego
é que podemos ter... ter o que é da alma... porque nós não temos... nós
simplesmente somos... somos o que somos.
O sofrimento do apego se inicia aqui, na Terra, quando presos aos mayas*
acreditamos ter posse sobre as coisas materiais; a nossa terra, a nossa terra, a
nossa casa, as nossas roupas, a nossa beleza, o nosso carro, o nosso cargo, a
nossa posição social, o nosso talão 5 estrelas, o nosso cartão de crédito
internacional, a nossa empresa e assim por diante... Claro que a prosperidade é
um direito do ser, é estarmos em sintonia com a energia da abundância cósmica,
mas não podemos confundir com posse...
Alguns tem um forte sentimento de apego dentro de um Fusca 64 e outros passarão
totalmente desapegados dentro de uma Mercedes 2003... nós aprendemos na Luz e na
sombra... temos que perder para darmos valor ao ganhar, temos que passar pela
escassez para aprendermos a buscar a abundância; e a vida é uma grande roda, que
gira e gira e nós vamos vivenciando todos os desafios, todas as situações para
adquirirmos sabedorias... tudo é cíclico... tudo é empréstimo temporário para o
nosso aprendizado.
Quanto sofrimento é gerado à alma no momento do seu desencarne, quando, presa
aos apegos terrenos... não alcança a Luz porque está olhando as sombras; não
atinge um nível maior de consciência porque está presa à inconsciência dos
apegos terrenos...
Devemos sim viver os prazeres da terra, com o desapego da alma... vivendo aquilo
que a vida está nos proporcionando sem a prisão do medo da perda...
E o que dizermos do apego emocional? Ah... é mais e muito mais dolorido!
Criamos inúmeras vezes na nossa mente, no nosso corpo emocional, a ilusão de que
o outro nos pertence, que nós temos posse sobre o outro e também vendemos a
ilusão que o outro tem posse sobre nós... e neste jogo emocional vivemos anos,
vidas inteiras e criamos laços carmáticos profundos... e o mais irônico, para
não dizer o mais triste, é que nos atrevemos, presos a esta visão distorcida, a
chamar isto de amor! Mas temos que compreender que para atingirmos o Desapego e
o Amor Maior, temos que vivenciar o apego e o amor terreno. São os nossos
primeiros passos para alcançarmos a sabedoria dos Mestres.
Nós confundimos apego profundo com desapego e não conseguimos realmente enxergar
nossa confusão e a vida faz a parte dela, ou seja, gera o desapego para
percebermos o quanto estávamos apegados.
Na minha própria experiência de vida e na minha experiência profissional já tive
a abençoada oportunidade de perceber esta distorção.
Na minha mente vêm, neste momento, dois ou três casos recentes que ilustram esta
situação e vou citar um deles para que, através de uma profunda reflexão,
sirva-nos como um aprendizado, porque a humanidade é interligada e um influencia
o outro; o aprendizado de um altera o todo.
A Maria e o João foram casados por quase 20 anos. O João se apaixonou pela Joana
e foi embora em busca da sua felicidade, real ou ilusória, não importa aqui.
Isto já faz dez anos... O João foi embora mas continuou iludindo a Maria. Não
permitia que ela se desprendesse dele. Visitava-a constantemente, a presenteava
sempre, escrevia cartas dizendo da sua ligação com ela, que não conseguia
esquecê-la, mas que não tinha forças para deixar a Joana pois ela era tão
frágil... tão necessitada dele... e que a Maria sim, era forte, e como ele a
admirava por isso e que a Maria poderia compreender e esperar que ele resolvesse
a situação... e que tentaria resolver o mais breve possível e em algumas vezes
até deixava transparecer que seu desespero era tão grande que poderia até se
suicidar e que a Joana era tão dependente que se ele a deixasse provavelmente
ela seria capaz de fazer uma loucura e o que seria dele? E a consciência e
responsabilidade dele? Nunca mais se perdoaria. A Joana era tão depressiva...
até tomava vários medicamentos... e a Maria nisso tudo? Um verdadeiro exemplo de
desapego... negou a própria vida, parou de lutar por suas metas, escondeu-se
atrás destas migalhas ilusórias e ficou aguardando esperançosa o retorno do
João; ficou adiando ser feliz por todos esses anos... Quando o João retornasse
como seriam novamente felizes!
Desapego? Amor incondicional? Baixa auto-estima? Sim, pode até ser amor mas o
amor incondicional é desapego e desapego é amor incondicional... é querer a
felicidade e o bem estar do outro e de si mesmo. Mas para amarmos o outro temos
também que nos amar e nos respeitar. Será que não é um apego tão forte, tão
enraizado, que não permitimos que o outro seja feliz e num grande auto boicote,
optamos em sermos infelizes para não nos desapegarmos do outro e não permitirmos
que o outro se desapegue de nós.
O que aparenta desapego é um profundo apego; tão forte que preferimos renunciar
à própria felicidade do que renunciarmos ao outro.
Estejamos atentos aos mayas... aos autoboicotes... às migalhas que acreditamos
merecer...
Desapego nos liberta. Apego nos aprisiona.
Exercitemos o desapego das coisas materiais, das ilusões emocionais, dos
rancores, das mágoas, de tudo aquilo que nos aprisiona.
Libertemo-nos! Sejamos livres no Desapego!
* Mayas (do sânscrito): "Ilusão".
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