domingo, outubro 23, 2011

DIAS IGUAIS?



Todo dia é igual?

Se faço sempre as mesmas coisas,

Por que não posso, em aprimorando-me, faze-las de um modo algo diferente?

Por que não troco um hábito – que nada me acrescenta – por um hábito novo, melhor? Hoje mesmo! Por que esperar por um amanhã, também “igual”?

Se meu trabalho é por demais repetitivo,

Por que não posso situar minha atenção em cada segundo que passa, intentando perceber o que acontece – simultaneamente – dentro e fora de mim mesmo?

Assim posso descobrir, por exemplo, se alguma parte de meu corpo está tenso, relaxando-o, ao tempo em que minha atenção foca meu fazer.

Dessa forma, posso aprender mais sobre mim mesmo... E ver de diferentes formas meu serviço, otimizando-o, ganhando tempo e ficando mais feliz por poder fazê-lo ainda melhor.

E o que fazer com o tempo que me sobra, nas minhas funções, quando isto se torna naturalmente possível? – Posso pensar, refletir, inovar, intentar algo novo, colaborar com alguém, servir... E assim ficar ainda mais feliz.

Se trabalho com pessoas... Que rica oportunidade Deus colocou em meus dias, para, munido da maior boa vontade possível, poder oferecer, além do meu dever,

Um sorriso, um gesto fraterno, a minha ação profissional ofertada com amor... Porque o amor se disfarça e se revela de mil formas... Permanecendo único como a água....

Enfim, faço o que precisa ser feito – satisfeito.

E o que fazer de muitos minutos, horas vagas, dias de folga, sábados, domingos ou feriados? Por que tenho que separar esses dias de minha consciência, condicionando-os, reforçando-os com velhos hábitos, inúteis silviosantos... Deixando a minha rotina existencial tão igual que me impede de ver o inusitado, as surpresas, a maravilha singular e única que existe na infinda riqueza de cada segundo-instante vital,





Se meus olhos estão tão acostumados a ver sempre as mesmas coisas, criando em mim a ilusão de que tudo é igual...

Quantas vezes uma simples caminhada de dez minutos me servirá muito mais? Ao andar, quantas coisas posso ver! Será que me estou permitindo olhar e realmente ver, a natureza?

Será que só me sinto livre, se não estiver trabalhando? O que será, liberdade responsável? Posso por alegria em tudo?

Se estiver pescando, se estiver andando na rua?

Se estiver fazendo o que realmente gosto de fazer?

E se eu tiver que fazer algo que ninguém gosta de fazer, onde sempre me sinto entediado, paciência esgotada, sempre estressada, mas que é preciso seja realizado? Será que posso aprender a gostar de tudo o que faço?



Aonde estará minha paz interior, minha boa-vontade, meu sorridente semblante, minha alegria, minhas pequenas felicidades que ainda são como ilhas... por que não as posso transforma-las num infindo oceano, unificando cada momento de meu viver numa existência, no fazer ou não fazer, vivenciando cada instante no eterno, único mar do agora, onde posso realmente me encontrar, te encontrar, onde posso estar centrado em mim mesmo e assim perceber o outro, o mundo, as pequenas realizações que trazem felicidade ao meu coração?

O sol nasce todos os dias. Todos os dias esplendem novidades. Quanto tempo não vejo, à noite a lua, as estrelas?

Cada dia pode trazer muitas surpresas... Podem nos oferecer lições preciosíssimas... Se estivermos atentos. Também se pudermos, em algum momento, parar... Refletir, silenciar nossa mente. Ouvirmo-nos. Sentir bem fundo uma prece...

O dia cumpre seu horário e ainda assim temos a atemporalidade, os momentos mágicos que acontecem quando do nosso relacionar... Quando a intenção maior que pode – e deve – mover todo o nosso ser é apenas deixar-se fluir junto com a vida, sem estar o tempo inteiro nos sobrecarregando com expectativas que pertencem somente ao futuro e que podem nunca acontecer... Ou insistindo em fazer rodar em nós a fita desgastada, magoada, completamente ultrapassada de um passado que só nos pode agora servir de lição! De incentivo para mudanças positivas no nosso agora!

Dias iguais... Será que realmente existe isto?

Ou não será fruto da mente desatenta às mil oportunidades que cada instante nos traz? Será que agora, neste exato instante, não é o momento de olharmos mais fundo para dentro de nós mesmos e... Sendo conosco sinceros, admitir o que ferrenhamente, radicalmente, às vezes orgulhosamente dissemos a nós mesmos que... Eu preciso ser assim, assado... Será que sempre eu é que estou certo, ou errado, nesta ou naquela situação? Será, também, que já não é hora de olharmos com outros olhos, quiçá mais compassivos e bondosos, sábios até, e realmente ver o que se passa no coração daquele irmão? Daquele colega? Daquele filho? ...daquele que passa por mim na rua, na vida?

Cada gota de chuva é diferente.

Cada folha de uma árvore é diferente.

Cada pessoa é diferente e diferente são suas formas de expressão, seus jeitos de ser.

Cada Espírito é único e, assim como as impressões digitais, cada olhar, cada gesto, cada parte de nós só a nós mesmos se assemelha.

Cada ser é um universo.

Mas sabemos que o que nos faz igual a outro ser humano, a uma planta, a um animal, a uma criança ou um velhinho, a um sol ou uma fonte, é a Essência que está por detrás – bem no centro de nós mesmos, não fora. E que DEUS é único para toda a humanidade. E que nenhum templo, igreja, mesquita pode conte-Lo. Ele não pode pertencer a ninguém, a nenhuma religião. E Ele habita o coração de todos... Nunca esteve tão perto de nós e ao mesmo tempo é inalcançável por nossa mente. É o Pai Nosso que está nos céus... Nos Céus e na Terra, dentro e fora de nós mesmos...

E DEUS nos fez assim, únicos, originais. Assim, para que sermos papéis-carbono? Para que a necessidade de repetirmos? De imitarmo-nos? Cada segundo pode – e realmente o é – diferente, único. Entre o passado e o futuro, ou vice-versa, encontra-se aquele ponto do instante do agora. É aqui. É nesse ponto dinâmico que tudo acontece ao mesmo tempo. É onde reside a eternidade. É onde está a Fonte da Vida Eterna. É onde DEUS mais se torna acessível ao homem/mulher, sinceros, que O busque, seja de que forma for... Com ou sem palavras. Por favor, não perca o agora.

Dias iguais, portanto, não existem.

É tão lindo, acordarmos e saber que não podemos saber – exatamente – todas a conformações da realidade que esse novo dia nos trará! Será o último para nós? Para um ente querido?

É tão bom vivermos cada dia como o mais importante de nossas vidas! Livres, desapegados, mas atentos! É tão boa a diversificação, mesmo que dentro de um circuito fechado transitório de um escritório... De um serviço para a conquista sagrada do pão...

Dias iguais... Grande balela. Vidas iguais... Grande mentira. Metas iguais: ... Suspiro para uma realidade maior, quando todos se imbuírem de que a maior meta é alcançar a Libertação Total, è “o retorno à Casa Paterna”, é saber oferecer cada ato, cada instante a DEUS vivenciando, assim, a grata satisfação de, por mais um dia, crescermos um pouquinho mais... Nos lindos, sábios, aprimorantes, graciosos... Instigantes, relevantes... Misteriosos dias que nos foram dados viver... Iguais, sim, iguais em sua beleza e novidade que nunca termina, iguais na certeza do incerto, nos mistérios que as pequenas coisas têm o poder de nos conduzir a realizações maiores... Iguais apenas no sentido que cada ação, cada pensamento, cada sentimento, devem fazer circular em nós a roda-viva do amor cósmico, que de nós tem início e desenvolvimento, mas que de DEUS provém...

Se nossos dias estão iguais... Preste atenção! Olhe para fora. Abra as cortinas de sua mente! Observe ao seu redor...!

Se nossos afazeres estão muito rotineiros, olhemos para dentro....

Se nossa mente, nosso ser, clama pela alegria, ajudemos a nós próprios, a nos ajudar... O autoperdão e os cuidados conosco mesmos é um direito divino que possuímos... Que precisamos estar vigilantes... Para nos cuidarmos direitinho, sem esquecer do outro... Olhemos para o céu, para o nascer ou o pôr-do-sol, para a atitude de uma mãe que alimenta-orienta um filho... Olhemos para uma flor, deixemos que o belo que a todos nos cerca, venha inundar com suavidade nossa alma sedenta de Luz, do Amor que a tudo preenche, da boa ação pela qual nos faz gratos e felizes...

Olhemos para a nossa vida, olhemos para DEUS.

E assim, nunca mais teremos aquela mera sensação de dias iguais... De tarefas de manutenção repetitivas... Porque o original, somos nós, mas também, tudo o que nos cerca... Porque o que é igual, pode, muitas vezes, ser temperado com outros aromas e condimentos, quando buscamos sentir no serviço ou no indispensável lazer, um meio que também é um fim, mas, sempre, um instrumento, onde possamos fazer veicular a nossa energia do amor... A energia do sorriso, a poderosa energia do amar. É assim que transformamos os dias. E é assim que nos faremos melhores. E é assim que vamos também ajudando o mundo.

Ivanildo Falcão da Gama

www.supraconsciencia.blogspot.com









































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