sábado, abril 25, 2009

ILUSÃO


Muito se fala atualmente sobre “Ilusão”, porém, pouco se compreende a respeito, pois, se assim não o fosse, não viveríamos em um mundo de desigualdades extremas, pois deixaríamos mais rapidamente os conceitos ilusórios que carregamos e que, muitas vezes, nos impedem o crescimento espiritual.

O termo ilusão quer dizer: engano dos sentidos ou da mente, que faz com que se tome uma coisa por outra, que se interprete erroneamente um fato ou uma sensação; falsa aparência; coisa efêmera, passageira; percepção deformada de objeto.

Vivemos em um mundo onde a ilusão predomina, na medida em que predominam a arrogância da mente humana e o falso modo de vida baseado única e exclusivamente nos falhos sentidos materiais. E este mundo ilusório se instituiu e vem se perpetuando através de padrões mentais errôneos, que, gerando padrões comportamentais errôneos, estratificaram-se em nossa sociedade desde remotos tempos, quando o ser humano passou a se fechar em si mesmo por cultivar suas próprias limitações e não dar ouvidos à sua própria essência espiritual. São padrões errôneos justamente por privilegiar o materialismo, o imediatismo e o individualismo, em detrimento dos verdadeiros valores, que são os valores espirituais, o amor, a paz, a verdade, a igualdade e a fraternidade.


O que é a Ilusão

Ilusão é aquilo que nos identifica com o mutável, o perecível, todos nós estamos, de alguma maneira, sujeitos às ilusões de maya*, que nos compele à sua natureza dual.

Para perceber a ilusão, o homem pode usar suas faculdades mentais, mas, para superá-las totalmente, terá de desvenciliar-se delas, pois corpo e mente são apenas ilusões criadas para que a alma cresça, somente o coração é que pode salvar-nos da ilusão.

A mente é usada para que o ser se desvencilie dos instintos corporais que lhe preservam esta manifestação, e passe a garantir suas manifestações através desta nova aliada. Quando ele se liberta dos instintos através de opções entre certo e errado que sua mente o fez seguir, ele enfrenta um grande desafio, que é a ilusão do certo e do errado, que passa a lhe perseguir, pois sua mente necessitou desses conceitos para conduzi-lo e ainda, se ele se conduziu sempre pelo caminho dármico, utilizou a mente para perceber darma, mas a mente não pode perceber, ela apenas estabelece relações úteis, então ele deve enfrentar o fato de que a mente também é uma ilusão que acaba, assim como o corpo físico.

O coração é o caminho que leva à alma, e ela é o encontro com o Pai-Mãe Criador, é nossa parte divina, tudo que vivenciamos pode ou não transformar-se em consciência, porém, para isso, é necessário que se vivencie darma, caso contrário, nossas consciências não evoluem.

Exemplo: Um ser é médico em uma encarnação, quando seu corpo perecer, a bagagem de sua mente não será aproveitada em uma próxima encarnação, pois os conhecimentos da mente não são eternos, no entanto, se ele gravar em sua consciência o darma de socorrer através dos conceitos de medicina a que teve acesso, terá uma natural tendência à medicina.

Por isso mesmo, sabemos que tudo que nos rodeia é ilusão, em nível mais grosseiro ou mais sutil.

O que devemos perceber ainda, é que o caminho do meio consiste em se sujeitar somente às ilusões absolutamente necessárias à nossa experiência, procurando, inclusive através delas, aumentar nossa consciência. Quando Jesus disse que "O reino dos céus não pertencia a este mundo", estava observando como enquanto estivermos sujeitos às manifestações físicas e astrais, estaremos no reino de maya, e não no eterno imutável.

Devemos, no entanto, entender que, se o Pai-Mãe Criador aqui nos colocou, foi para que aprendêssemos e nos tornássemos conscientes disto, por isso, o melhor caminho é sempre o caminho do meio, aquele que consiste em adquirir consciência da ilusão, mantendo suas manifestações físicas e astrais, sem se apegar a elas. Infelizmente, são poucas as pessoas que conseguem estabelecer este nível consciencial.

Logramos, entretanto, que ao menos as ilusões mais grosseiras, que nos revestem de desarmonias, sejam superadas, dentre elas: a sensualidade, que é desenvolvida através do apego ao corpo físico e aos instintos; a vingança, que é o apego ao ego (auto-importância), que nos torna suscetível à raiva; a inveja; o preconceito; a crueldade; a violência; a cobiça; a tristeza, que é uma auto-punição, regada por se estar pensando sempre somente em si e finalmente, sentir-se derrotado pelas ilusões da mente. Podemos enquadrar aqui também a depressão, a angústia e até mesmo as doenças psicossomáticas.

A felicidade é simples, é como o amor, também muito simples, um não existe sem o outro. Se você não está simplesmente feliz e não sente amor, as ilusões estão tomando o espaço de seu coração e ameaçando sua experiência, identifique-as e não mais se apegue a elas, transforme sua maneira de ver e sentir as coisas deste e de outros mundos, cure seus apegos e desejos, pois eles é que mantém toda a ilusão, não tenha medo de mudar, pois o medo é a ilusão de que o desconhecido e o conhecido não são uma única presença, lembre-se que tudo é amor.

Amor no coração é Paz, amor na mente é felicidade. O amor pode e irá livrá-lo do medo, pois o amor é eterno e se manifestará eternamente, mesmo que não o consiga ver; o medo, no entanto, é apenas uma barreira ilusória na sua caminhada. Torne sua caminhada mais fácil, retirando as ilusões entulhadas no seu caminho, e lembre-se: Natureza Divina é amor, e o amor é a única justificativa para todas nossas ações, ele nos conduz, nos alimenta, nos impulsiona para ele, mesmo quando não o conhecemos.

Irmãos de Órion.

* Maya é um outro nome dado à ilusão, ou seja, do reino mutável e perecível das coisas temporais. É abundante nos mundos materiais e astrais.

FONTE :/www.templodeyris.com.br

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